18/01/17

não tenho nada. mas tenho, tenho tudo.

ansiedades.
cagufas.
miaufinhas desta vida.

tenho-as todas.
ando a tentar domesticá-las. a torná-las mais minhas. a ganharem o meu jeito e não me serem desconfortáveis de vestir. porque esconder-lhes a existência já não é possível. e se fosse, não era saudável.

sou mais eu quando as uso.
e isso deixa-me com medinhos.

medinhos.
receios.
pavores desta vida.

tenho-os todos.

29/02/16

cento e doze

caro velhote,

já cá estavas bem antes de eu chegar. e o facto de saberes coisas que eu ainda demoraria muito a aprender podia fazer-te desdenhar de mim e da minha inexperiência. podias querer empurrar-me para outra alternativa só para não teres o trabalho de me ensinar tudo do princípio.
mas tu não és assim.
tomaste tempo para me ensinar lições importantes. com calma. como só os grandes se podem dar ao luxo. aprendi contigo a ser humilde na grandeza. percebi que sofrer custa, mas só porque vale a pena a causa. e quando chega a altura de ser feliz...tu fazes-me tão feliz.
hoje sou o que sou porque me ensinaste o que é um fora-de-jogo, o que é sentir necessidade de usar palavrões como ansiolíticos, o que é arrepiar-me só com cinco segundos de luís piçarra.

sou do benfica e isso me envaidece.

mais do que um hino, uma bandeira ou clube, és um estado de alma.
sou uma privilegiada. e vivo bem com a consciência de que, não importa o que venha a ser de mim no futuro, nunca conseguirei tornar-me nada tão importante quanto aquilo que já sou. benfiquista.

obrigada, meu sport lisboa e benfica.
estás um geronte aí para as curvas.

02/10/15

dilema a fingir.

quanto mais vida vivo,
menos dela entendo.

só não sei se estou a ficar mais ignorante
ou cada vez mais inteligente.

21/07/15

10.000 peças

a vida é como um puzzle.
dão-nos as peças todas para nos entretermos, mas nunca nos deixam ver o desenho da caixa.

27/02/15

está giro.

enquanto as massas empoladas de estilistas wannabe discutem se o vestido é douranco ou azuleto há malta a destruir pedaços de património universal.
os saldos sempre foram muito inimigos da consciência de humanidade.

19/02/15

eu & a poesia

admito. eu discrimino poesia.
porque desde a infância fui ensinada que exigia um esforço superior para rimar.
tanto que muitas vezes nem as palavras estavam de bem umas com as outras, sem sentido outro que não ter a mesma terminação que a última da linha de cima.

(verso, eu sei.)

mas, aparentemente, há poesia que não rima.
e dessa eu até gosto.

é como se fosse prosa desorganizada.

e eu simpatizo quando as desorganizações alheias sintonizam com a minha.

26/01/15

dia 26 - raios partam a malta talentosa.

dia 25 - o dia de tudo.

dia 25 de janeiro é um dia tramado para as pessoas genuinamente boas.
os benfiquistas, digo.

todos os anos é igual.
o eusébio faz anos. tentam impingir-nos a ideia que já não faz mesmo anos porque entretanto faleceu. eu não acredito neles. eusébio foi só convocado para a selecção celestial. pelé anda a faltar aos treinos.

todos os anos é igual.
o féher olha para o árbitro, leva um amarelo, sorri com ar de que não passa nada. curva-se em si e falece. e eu tenho a certeza que foi o senhor todo poderoso a fazer uma convocação de última hora.

24/01/15